quarta-feira, abril 15, 2015

15 de abril de 1995...



Lá se vão 20 anos, o frescor da juventude, os amigos não tinham rugas, nem filhos, não tinham responsabilidades e muito menos juízo, nós também não. Sarah, JV e Mariana eram projetos ainda sem nomes, celular era Tijorola, o Brasil só era tetra e perder de 7x1 pra Alemanha numa Copa do Mundo no Brasil era inimaginavelmente impensável. Nós tínhamos empregos ruins eu era ajudante de limpeza dentro da CSN e ela era monitora numa creche da prefeitura, onde uma das crianças a chamava de tia Relainia. Os móveis eram poucos, alguns comprados de segunda mão, nem geladeira compramos, eu ainda fazendo Teologia e ela terminando o magistério. Como tínhamos pouco, uma tia nos deixaria morar na sua casa pagando um aluguel risível.

O que não nos faltava era a certeza de que devíamos ficar juntos, era tão óbvio, tão verdadeiro, claro como a luz do dia, forte como uma rocha, profundo como o oceano, com a mesma convicção dos navegantes de que encontrarão um porto onde atracar, nós acreditávamos no nosso casamento. Casamos em 15 de abril de 1995, realizamos um sonho, mesmo com tão pouco, cada dia era especial, como acordar e continuar sonhando, nada era fácil, mas tudo era perfeito. Em 1996 veio a Sarah, em 98 o João Vítor e m 2000 a Mariana, mas ela não ficou com a gente. Fizemos uma opção que cada vez mais se mostra acertada, Herlaine cuidaria das crianças, e ela se dedicou a isso de uma maneira espetacular, costumo dizer que se eu tivesse a oportunidade de escrever a Deus detalhando como queria que a mãe dos meus filhos fosse, não seria tão boa mãe quanto ela é. Nossos filhos são frutos desse sonho, maravilhosamente se encaixaram, tornando um casal numa família, linda, unida, que corajosamente se ama e que, mesmo diante das dificuldades, permanecemos juntos. A artesã dessa união definitivamente é a Herlaine, ela nos faz querer ser pessoas melhores, exige de nós isso, dá certo.
Trabalhei na CSN, no Comércio, no Censo, instalando telefones até que passei no concurso e entrei na Caixa em dezembro de 2003. Muita coisa aconteceu mudamos, crescemos, tomamos juízo, os amigos agora têm filhos, responsabilidades, alguns ainda não têm juízo, fazer o quê? Moramos em Volta Redonda, Paraty, Angra dos Reis e Miguel Pereira fizemos novos amigos, descobrimos novas realidades, tivemos alegrias e tristezas. A vida segue seu rumo e aquela certeza de que devíamos ficar juntos, mesmo após 240 TPM’s, está hoje mais forte ainda.